Terça, 06 de setembro de 2011
"The Flash" Ricardinho faz sua estreia como titular pelo Salgueiro nesta terça
SuperEsportes
De uma aposta do Serrano a xodó do Sport. Quando chegou no ano de 2000 à Ilha do Retiro vindo de Serra Talhada, no Sertão, o jovem Cícero Ricardo de Souza, então com 21 anos, ainda tinha dúvidas entre seguir a carreira de atleta ou permanecer nos estudos. Optou pela bola de futebol. De Cícero passou a ser chamado de Ricardinho e, veloz, logo ganhou o apelido de “The Flash da Ilha”. Defendeu por quatro anos e meio o Leão (2000/2004). Foram 163 partidas, 75 gols marcados e um título, de Campeão Pernambucano de 2003. Passou pelo Paços de Ferreira de Portugal, Botafogo - onde permaneceu por um ano e meio - e depois Vasco. Recentemente estava no Irã. Em entrevista ao Superesportes, Ricardinho falou sobre as experiências fora do país, as frustrações, a passagem relâmpago pelo Santa Cruz e revelou que chegou a ligar para um diretor do Sport há poucos meses com o desejo de retornar ao Leão. Saudoso dos tempos rubro-negros, o atleta de 32 anos, que faz a sua estreia como titular no Salgueiro hoje à noite, confessou: sonha em um dia voltar à Ilha do Retiro.
Como você começou a sua carreira?
Em 1999, eu fiz um bom Pernambucano da Série A2 pelo Serrano, marcando sete gols. Jogando bem, o Sport, Náutico e Santa Cruz demonstraram interesse e eu acabei indo para o Arruda passar por um período de testes. Fiquei lá menos de uma semana. Em um dos treinos marquei quatro gols e um olheiro me levou para o Sport, clube que, em seguida, se tornou minha casa.
O que mais te marcou na sua passagem pelo Sport?
Lembro de vários bons momentos na Ilha do Retiro. Da torcida pedindo para eu entrar nos jogos. Mas um momento especial foi em 2003, quando fomos campeões. Em uma das partidas decisivas eu entrei no segundo tempo e marquei dois gols contra o Santa Cruz. Foi nessa época, inclusive, que começaram a me chamar de “The Flash” e “Schumacher Souza”.
Depois da sua saída do Sport, o que aconteceu com Ricardinho?
Saí do Sport em setembro de 2004 e fui para o Botafogo. Fui indicado pelo técnico Levir Culpi. O Sport não queria me liberar, mas pedi para ir porque tinha que conhecer o mundo. Lá passei um ano e meio, fiz muitos gols e acabei indo para o Vasco, onde me contundi muito e acabei não indo bem. Daí surgiu a oportunidade para sair do Brasil.
Como foi essa carreira internacional?
Primeiro joguei duas temporadas, 2006/007 e 2007/2008, pelo Paços de Ferreira, onde eu tive a oportunidade de classificar o time para a Copa da Uefa. O Paços é um time intermediário de Portugal, mas que tinha ambições de chegar entre os quatro do Campeonato Português. Foi uma experiência maravilhosa morar na Europa, conhecer outras culturas.
E no futebol do Irã?
Foi uma experiência boa jogar lá, sobretudo pela cultura diferente. Uma língua estranha, com costumes diferente. Lá, por exemplo, você dá três beijos em um homem como cumprimento, mas não deve sequer apertar a mão de uma mulher.
O que motivou a vinda para o Salgueiro?
Minha esposa engravidou no ano passado e não pude acompanhar nada do período de gestação. Então, entre voltar para o Irã e vir para o Salgueiro ficar perto de casa, optei por vir, ajudar o time e, claro, aproveitar a minha família. Sabemos que estamos devendo um pouco, mas não é por falta de aplicação.
O Ricardinho “The Flash” ainda existe?
Só os jogos vão dizer. Tenho 32 anos, mas me preparo muito bem e estou bem condicionado. O que posso garantir é empenho para ajudar o Salgueiro.
Ainda sonha em voltar ao Sport?
Não tem como negar. O Sport é a minha casa, o time que me projetou. Vontade tenho, sim. Entrei em contato com a diretoria do Sport, mas disseram que a média atual para contratação era de 25 anos. Tudo bem, estou feliz onde eu estou. Agora quero voltar fazer bom campeonato e mostrar meu valor. Mas, com certeza, eu tenho o desejo de voltar ao Sport.
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